A mídia e o futebol não comovem mais…

Acredito piamente que assim como “a arte imita a vida” poderíamos projetar tranquila e chucramente para “o futebol imita a vida”.

Li hoje de manhã a coluna de Luiz Zanin do Estadão, que inicia seu texto com uma reflexão que precisa ser levada para o Marketing e Comunicação de nossas empresas. Reproduzo abaixo trecho inicial e peço que vejam como precisamos repensar nossa visão de impacto e eficácia de nossas iniciativas. Pessoal de mídia! Oooh! Acordem!

Outro dia, uma amiga me perguntou por que nada repercutia no mundo de hoje. Por exemplo, fala-se demais num assunto, como se não houvesse outro; amanhã, ele estará esquecido, como se nunca tivesse existido. Não deixa traços de sua passagem. Parece uma questão complicada, mas a resposta é clara, de uma obviedade ululante, diria eu. Em minha opinião, é porque tudo existe em excesso. Há muitos livros, muitos discos, muitos filmes, muitos fatos – tudo acima da capacidade humana de digestão. A superexposição na mídia deixa tudo saturado, e com ar descartável. Num momento, não há outro assunto senão Obama recebendo a camisa do Flamengo. No dia seguinte, nem lembramos de que isso aconteceu. Nem sequer recordamos de que ele passou pelo Rio ou pelo Brasil. Efeitos da saturação. Tudo explode em fogos de artifício e vira fumaça em seguida. Tudo que é sólido desmancha no ar, como diria um velho ponta-esquerda alemão, um certo Karl. Karl Marx, para dar o nome completo.

Com o futebol acontece a mesmíssima coisa. O boleiro de sofá, se pagar um canal por assinatura, poderá ver quantas partidas de futebol quiser, de vários países, quase sem interrupção e nos horários mais estranhos, às vezes para desespero da patroa. Esse teleboleiro full time vive enfastiado de jogos. Como alguém que acabou de comer uma feijoada e é convidado para um churrasco. Ele pode até ir. Mas não tem apetite.

Daí essa sensação de tédio, em especial nesses jogos sem nexo do Campeonato Paulista. (to be continued…)

Fonte Estadão

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