Destruição criativa da Microsoft

Esta é a primeira visão direta e objetiva que leio sobre a toda poderosa (all mighty) Microsoft. O depoimento sincero de um antigo (1997-2004) VP da gigante americana, Dick Brass , poderia ser um excelente ponto de partido para uma reversão (que ele mesmo descreve como sendo do conhecimento de todos na companhia) de sua imagem e posicionamento de mercado, se ela estivesse disposta a assumir essa asfixia criativa e miopia corporativa.

O artigo pode ser lido na íntegra aqui.
Seguem alguns trechos importantes:

“A Microsoft tornou-se uma empresa inovadora, mas desajeitada e não-competitiva. Seus produtos são motivo de sátiras, muitas vezes injustas, outras, com razão.”

Enquanto a Apple continua ganhando mercado em muitos produtos, a Microsoft perdeu parte dos navegadores da internet, os laptops mais caros e os smartphones. Apesar dos investimentos de bilhões de dólares, sua linha Xbox ainda é, quando muito, um concorrente do mesmo nível no setor de videogames. Inicialmente, ela ignorou e depois tropeçou nos tocadores de música pessoais, até que o setor foi engolido pela Apple.”

Embora tenha um dos maiores e melhores laboratórios do mundo, e se dê ao luxo de ter três diretores de tecnologia, a companhia costuma frustrar os esforços de seus criadores mais arrojados.”

Mas nosso invento incomodou outros grupos da Microsoft, que se sentiram ameaçados. … Embora fosse muito elogiado pelo público, e tivesse sido patenteado, passaram-se dez anos para que uma versão operacional do ClearType fosse inserida no Windows.”

A concorrência interna é comum nas grandes companhias. E pode até ser estimulada para promover a concorrência de ideias. O problema é quando a concorrência se torna descontrolada e destrutiva.”

Um excelente case para mostrar que a necessidade de inovação esbarra necessariamente na dinâmica interna de processos para que seja viabilizada. Portanto, estamos de fronte para a prova cabal de que inovação não é só uma força criativa que justifica por si só, ela depende de provações internas e continua não sendo nada (só mais uma idéia) se não encontrar seu caminho de aplicação real.

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